quinta-feira, 23 de julho de 2009

51º Congresso da Une - 1ª Conferência do PROUNI

O 51º Congresso da Une foi o mais importante congresso dos 71 anos de existência da entidade estudantil, pois nunca na história deste país a entidade pode contar com a presença de um presidente da república. O congresso que tinha por horário determinado para o início às 11:00 h da manhã teve inicio oficialmente às 12:45 h, com quase 2 horas de atraso por conta da espera pelo presidente da Republica Luiz Inácio Lula da Silva, e a ministra chefe da Casa Civil Dilma Roussef. Os estudantes puderam contar com a presença do Secretario Geral da Presidência Luiz Dulci. Aproximadamente 10 mil estudantes dos 27 estados brasileiros se encarregaram de lotar o auditório do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, onde esperavam ansiosamente a chegada do presidente, que embora sem ter cursado uma faculdade, foi o dirigente que mais investiu em educação na história desse país. Todos pareciam crianças, com direita a musiquinha e tudo (lula, cadê você, eu vim aqui só pra tiver).
Lula, Dilma e Ministros

“quando aquela voz grave que eu só tinha ouvido na televisão anunciou que o excelentíssimo Senhor Presidente da Republica adentraria no Auditório até mesmo os que não são totalmente positivos ao governo petista não se renderam a imensa popularidade e carisma que o ex-operário exerce diante a população brasileira (Elvis Santana)”

“Lula, Guerreiro, do povo brasileiro...” esse foi o grito de guerra que tomou conta do centro de convenções por minutos. O numero de Flash em direção ao presidente era em grande escala.

A cerimônia Teve inicio com o pronunciamento da então Presidente da União nacional dos Estudantes Lucia Stumpf (quarta mulher eleita na história da entidade), onde ela apresentou às pessoas mais importantes do Brasil quais são as bandeiras que os estudantes levantaram neste último biênio, estando em total destaque o combate a homofobia, machismo, legalização do aborto, descriminalização das drogas e o tema então mais polêmico de todos.
Com alto e firme tom de voz, a maior entidade Estudantil organizada do mundo, representada na figura de uma mulher, exigiu que o governo abra os arquivos do período da ditadura militar, e que os verdadeiros culpados pelas mortes, torturas, e desaparecimento de estudantes durante esse período fossem aberto. Não parando por aí, ainda exigimos que os verdadeiros culpados sejam acusados, e paguem por seus crimes. Stumpf Lembrou do Jovem presidente da UNE Honestino Guimarães, que havia sido jurado de morte no período militar, desaparecido em 10 de outubro de 1973, só foi confirmado seu óbito em agosto de 1996, o qual possui um monumento em sua homenagem na UnB e um museu projetado por Oscar Niemeye.

Por todos os cantos do auditório estavam espalhados cartazes de todas as forças militantes dentro do movimento estudantil, sendo que na maioria delas era uma reivindicação por mais vagas no PRÓUNI e um protesto quanto a descoberta das reservas de petróleo na camada do Pré-Sal (Bacia de Santos)

Em continuidade a determinada Lucia, diz olhando aos olhos presidente da republica que os estudantes querem que 10% do PIB Brasileiro seja destinado a educação, lembrando em contrapartida ao presidente que apenas 12% da população jovem do país está incluso na universidade, sendo apenas 3% nas universidades públicas. Pediu Também que seja garantido os direitos estatais quanto a camada do Pré-sal, de modo a ir totalmente contra a privatização da Petrobras, investindo seus rendimentos diretamente na educação e na saúde.

A Presença de Lula deveu-se especificamente para falar aos estudantes quanto o PROUNI, porém, mesmo que gratos pela iniciativa do governo federal, os estudantes mostraram ao presidente que este não deve ser um programa permanente, e sim provisório, pois lugar de estudante é em universidades públicas, não em universidades privadas. Dentro do próprio movimento os estudantes se dividem de um lado a UJS (União da Juventude Socialista) do PCdoB, a favor do Proúni, enquanto o PMDB diz que o dinheiro público não deve estar em instituições de ensino privadas.

“A Une Somos Nós, Nossa Força e nossa Voz, A Une Somos Nós, Nossa Força e nossa Voz...” cantavam... “ôôooo, o filho do Pedreiro vai poder virar dotor, ôôooo, o filho do Pedreiro vai poder virar dotor”, em defesa ao Próuni”.

“(Stumpf) Queremos a regulamentação das pagas, queremos que os alunos inadimplentes tenham o direito de efetuar matricula, a educação não deve ser mercantilizada”. Continua, “Nós, os Estudantes, dizemos não a entrada do capital estrangeiro nas universidades”.


Dois alunos do Prouni assumiram a palavra, lendo assim uma carta elaborada diretamente ao Presidente.

Antes que o Presidente se pronunciasse, Dulce fez seu pronunciamento, sem poupar elogios a jovem Lucia, quanto a sua determinação e uma bela capacidade de oratória. Assinou o documento que garante a une a reconstrução da sede da une que foi desocupada no período militar, posteriormente queimada e demolida. No inicio do ano o presidente já havia reconhecido a culpa do governo e entregou o projeto da nova sede da UNE e UBES (União dos Brasileira dos Estudantes Secundaristas) feto pelo arquiteto Oscar Niemeyer, na praia do Flamingo, Rio de Janeiro.

Posteriormente os 3 colocaram suas mão em blocos de gesso para que fique nas paredes da nova sede, porem, devido a demora do Presidente da República, seguido de 11 ministros de Estado, o reitor da Universidade de Brasília (UNB), José Geraldo de Sousa, o gesso endureceu e tiveram dificuldades quanto a colocação das mãos.

Quando o Presidente da Republica se dirigiu ao microfone, o ginásio estremeceu: Lula, Guerreiro, do povo Brasileiro, Lula, Guerreiro, do povo Brasileiro... (Cantavam)” o presidente teve que intervir "Vocês vieram aqui para trabalhar ou para gritar?", brincou.

Começou seu discurso, que mais parecia um comício, enquanto a ministra Dilma nem se quer abriu a boca. Ao iniciar avisou que não iria muito adiante pois a dona Mariza acabara de ligar lembrando-o de um almoço importante (após duas horas de atraso, chega ser cômico).

Logo a diante, segundo o exemplo de Duce, não poupou elogios a jovem jornalista recém formada que encerrava ali seu biênio:
"A Lucia (Stumpf) fez seu discurso como se eu não estivesse aqui. E fez mais forte porque eu estava aqui. Numa relação democrática, civilizada, ninguém pode ser dependente de ninguém", disse. "Eu sou amigo de vocês e vocês meus amigos. Vocês são uma entidade com autonomia e no momento em que vocês não concordarem comigo é para dizer na minha cara 'não concordo, sou contra' e vão para rua fazer passeata. Não tem nenhum problema

Logo após seu pronunciamento, sem quase tocar no assunto do Pré-Sal, Tema que foi dado mais importância que o PROUNI, os estudantes que tiveram como credencial uma adesivo no peito do PROUNI, avisaram o presidente que fariam uma passeata na esplanada e que abraçaríamos o prédio da Petrobras, a todo o momento achincalhando o ex-presidente Fernando Henrique Cardozo, o qual era referido como Privatizador.

Em seu discurso, o presidente falou sobre o Bolsa Família e da passagem que fez recentemente ao Paraná, citando a cidade de Congohinhas. Fugiu de todos os modos das cobranças mais severas.

“talvez porque todos nós estávamos extremamente cansados de esperar duas horas, depois de ter acordado 5 da matina para vê-lo e tomar um café da manhã extremamente miserado (um mini pão, uma bananinha e uma caixinha de suco) um fila quilométrica no Ginásio Nilson Nelson, adormeci e não vi ele falar do pré sal ou dos arquivos da ditadura. Acredito que nem todos cochilamos, e ele não tenha falado de fato.(Santana)”

Assim terminou seu pronunciamento Aplaudido em pé e seguido por sua trupe de ministros. Os estudantes extasiados encontraram outra diversão, girar em torno do Danilo Gentili, Repórter Inexperiente do CQC.

“depois disso, fomos almoçar no Nilson Nelson (outra refeição frustrada, com pouca comida dentro de bandejões de isopor) e fizemos uma enorme passeata nas lindas e largas avenidas de Brasília, enquanto o Presidente Almoçava na Granja do Torto em seu importante compromisso."

O protesto gerou muita confusão entre os demais estudantes e os estudantes do PSOL, que fizeram um movimento paralelo ao lado do trio elétrico da presidente que pedia incessantemente que o movimento se unificasse diante a Petrobras. Após o abraço simbólico na Sede da Petrobras, a grande maioria dos alunos se dirigiram aos seus respectivos alojamentos, enquanto outros deslumbrados com a beleza de brasília aproveitaram para fazer turismo.

Nos demais dias, os Grupos de discussões foram na UNB – Universidade de Brasília, voltando ao Nilson Nelson na Manhã de domingo, de onde todos os estudantes retornaram para seus lares com uma nova diretoria.
Por Elvis de Souza Santana
23 de julho de 2009

2 comentários:

  1. Caro amigo... concordo com todas as palavras...
    e como o discurso do excelentíssimo presidente foi o único em que eu não cochilei sequer um mísero segundo... ele realmente se esquivou dos assuntos mais críticos... e de fato... ansiedade, cansaço e deslumbramento.. nos fizeram aplaudí-lo em pé da mesma forma... muito satisfeitos... nao sei nem se por saber q já nos aproximávamos de mais uma refeição... às quase 14hs...

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  2. Ell.. :D
    adorei o seu post, achei bem informativo e muito detalhadoo. Só quem participa msmo consegui fazer um desses.
    Só uma coisa, o blog é seu meninoo, o texto tem todo o direito de ser opinativo, as suas falas não precisam ser entre aspas, é como se vc tivesse falando de vc msmo na terceira pessoa, ksopakospkaos (tipo o prefeito edimar no site dele mesmo).
    Um texto seco, somente informativo, qualquer um faz, agora colocando a sua opinião faz com q o texto tenha a sua cara! :D
    Saudadee..
    Bjooo :*

    amooo <3

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